sexta-feira, 25 de abril de 2008

Catarina não são duas - parte I


As árvores mexiam suas copas enfurecidamente, as nuvens passavam rápidas, cortando o céu e tingindo-o com um tom cinzento e assutador. Os pequenos bichos se refugiavam dentro de suas tocas, quando não conseguiam o melhor: se esconder no tronco das árvores. Os pingos começavam a cair lentamente, aumentando sua força e o tamanho das gotas despejadas.O vento era forte, direto e frio. Pelo caminho, podia se escutar o barulho das chaves carregadas por Catarina. Chega até a porta de sua casa, tão bucólica quanto melancólica. Isolada, no fim de uma rua de pedras, um lugar tranqüilo para Catarina morar.



Os carros passavam enlouquecidamente, com o barulho ensurdecedor das buzinas por todos os lados. Os prédios pareciam maiores do que de costume, sufocantes. A poeira se transformava em pequenos redemoinhos acinzentados. O céu estava preto, ou algo muito perto disso. As pessoas, quando não atrás de alguma placa, estavam entocadas dentro das lojas. Os pingos começavam a cair lentamente, aumentando sua força e o tamanho das gotas despejadas. O vento era forte, direto e frio. Pelo caminho, não podia se escutar o barulho, mas Catarina carregava suas chaves. Chega até a porta de seu pequeno apartamento, tão pequeno quanto intenso. Em meio a mais de quatrocentos apartamentos, o lugar que Catarina encontrou para morar.
Catarina não são duas.
(Continua...)

3 comentários:

Pedro Rabello disse...

Medo do que possa vir acontecer à pobre Catarina nesse cenário tenebroso.

Luifel disse...

Kra, mto bom o seu blog! Gostei muito da forma que vc escreve!

To passando pra deixar o meu recado e também pra convidar pra dar uma passadinha no meu blog ''recem-inaugurado'' hehhe.

Abç

Cavalinho disse...

Medo de você...
muito