quarta-feira, 30 de abril de 2008

Catarina não são duas - parte 2


Catarina ficou parada na porta de casa. Escutou um barulho vindo do alto. Como se de dentro do quarto, no segundo andar. Afastou-se da porta. Olhou em volta. As árvores continuavam balançando suas folhas agressivamente. Ela hesitou em entrar. Preferiu dar a volta e entrar pelos fundos. Caminhou lentamente ao redor da casa. A chuva começava a cair. O barulho continuava. Vozes. Catarina estava assustada. Suas mãos tremiam. Seu coração acelerou. Ela entrou pela porta dos fundos, afinal. Estava na cozinha. As vozes continuavam. Eram duas. Vindo do quarto. No segundo andar. Ela se aproximou das escadas. Olhou para cima. A porta do quarto estava entreaberta. As luzes estavam acesas. As vozes estavam mais próximas. Catarina subiu as escadas. Pé ante pé. Degrau por degrau. Estava em frente à porta do quarto. Catarina a empurrou com a ponta dos dedos.




Catarina demorou ao achar a chave certa para abrir a porta de casa. Ouvia vozes vindo do lado oposto do corredor. Girou. Olhou fixamente para a porta do apartamento ao fundo. As vozes aumentaram de volume. Catarina andou em direção à porta do apartamento. Pé ante pé. Passando pelos outros apartamentos. Um por um. Pelo vasculhante, Catarina via a chuva cair torrencialmente. Ela olhou para trás. Pensou em voltar à porta de sua casa. Parou. Decidiu seguir em frente. As vozes continuavam. Catarina segurou com força as suas chaves para não fazerem barulho. As luminárias iam acendendo conforme andava. Chegou perto da porta. As vozes estavam muito próximas. A luz estava acesa. A porta estava entreaberta. Catarina a abriu com a ponta dos pés.
Catarina não são duas.
(Continua...)

3 comentários:

Pedro Rabello disse...

Se não tiver parte três, temo pelo que tenha acontecido à pobre Catarina.

Vinícius Haesbaert disse...

Cara, mais tenso que ver o "to be continued" em Cavaleiros do Zodíaco!!! Espero que poste hoje ainda >)
E po, tive uma aula inteira sobre o caso Isabella na faculdade outro dia e a aula nem era direito penal, era teoria geral do direito público para discutir a dimensão "pública" que o caso tomou, muito maneiro analisar isso.
Como eu já estagiei milênios na vara criminal da defensoria pública, não adianta, sou sempre pró-réu. Que bom que o ABC foi polêmico também. Eu sou, tipo, muito assassino.

Luifel disse...

Kra, mto bom o seu blog! Gostei muito da forma que vc escreve!

To passando pra deixar o meu recado e também pra convidar pra dar uma passadinha no meu blog ''recem-inaugurado'' hehhe.

Abç

Ah, segue o link: http://biblinotas.blogspot.com